quinta-feira, 8 de novembro de 2007

poema melancólico, porque também é preciso!



O que dirias,
ao ver as lágrimas que tombam queimando o asfalto, volvendo a terra fria...

O que dirias,
ao tocares a face dos meus medos,
ao sentires-me pulsar em ti,
ao perceberes que os carris prosseguem para o infinito lado a lado...

O que dirias,
entendendo o desespero, o medo,
a pouca vida a tentar sobreviver,
os beijos a ganharem força
para voar em direcção a ti...

O que dirias, diz-me, o que dirias,
se soubesses que te escrevo nas frias noites deste verão eterno,
e que as paredes se encolhem
e me embebedam,
me enlouquecem!

O que dirias se visses o todo de mim que se esconde dos espelhos,
se enfrentasses o monstro de mim que assombra castelos,
se conhecesses o pedaço de mim que anseia plantar estrelas
no céu vazio da escuridão
destas frias noites deste verão eterno...

O que dirias, diz-me, o que dirias,
se soubesses, se sentisses,
que és tu quem pulsa tudo o que resta,
que conquistaste o teu espaço,
que plantaste a tua vida,
o que dirias?

E o que diria eu se tu dissesses finalmente?

Serias ainda tu...?



>Mariana Silva<

3 comentários:

Anónimo disse...

Esqece a melancolia... vai brincar as bonecas ;)

Anónimo disse...

Grande Batata!
Grande texto!
Eu digo Muito Bom!!!

Rita M.

Raul Martins disse...

Mariana, suberbo!

Estou encantado.

Só não gosto do título. Não podes trabalhar o título. Bem, respeito.. os poetas sabem o que escrevem... foi o que te saíu, não é?

Mas ...
Bem respeitemos..