sábado, 26 de abril de 2008

BUBLEmania

Não tenho andado inspirada. Reformulo: nada inspirada.
E, sinceramente, quando não há inspiraçao não sai mesmo nada, por muito mau que seja...!

Mas como a Batata não pode ficar às moscas muito tempo (além de lhe tirar todo o aconchego, só demonstra uma certa negligência por parte dos seus progenitores..)eu resolvi partilhar mais um devaneio musical.
O Diogo quando vir isto vai desejar bater-me. A assídua comentadora Rita vai ficar contente. E os demas leitores, se forem fãs, não vão ficar muito chateados. Caso contrário, vão começar a ler só os textos do Diogo, em forma de protesto.

Até à próxima. Espero eu não ter de continuar a 'entupir-vos' de música...
Deixai vir a mim a inspiração! :-p




[Michael Bublé, Me and Mrs Jones]

Me and Mrs. Jones
We got a thing going on
We both know that it's wrong
But it's much too strong
To let it go now

We meet every day at the same cafe
Six-thirty and no one knows she'll be there
Holding hands, making all kinds of plans
While the juke box plays our favorite songs

Me and Mrs. Jones
We got a thing going on
We both know that it's wrong
But it's much too strong
To let it go now

We gotta be extra careful
That we don't build our hopes up too high
'Cause she's got her own obligations
And so do I

Me and Mrs. Jones
We got a thing going on
We both know that it's wrong
But it's much too strong
To let it go now

Well, it's time for us to be leaving
And it hurts so much, it hurts so much inside
And now she'll go her way and I'll go mine
But tomorrow we'll meet
The same place, the same time

Me and Mrs. Jones
Same place
We both know that it's wrong
Same time
Every day at the same cafe
Same place
We got a thing going on
We know it's wrong
Same time



>> Mariana Silva

domingo, 20 de abril de 2008

Consciência reciclada

Este texto foi escrito num domingo à noite para ser entregue numa segunda-feira de manhã. Perdoem-me, portanto, a eventual insanidade. Até porque não me deu na cabeça para escrever sobre problemas ambientais, era mesmo o tema de um acontecimento no clube literário, no qual participei precisamente com a leitura "dramática" deste texto. Espero que gostem.


Confesso. Ambientalmente falando, sou um pecador. Parece-me óbvio que trinta ave-marias e cinquenta pais-nossos não vão fazer desaparecer as chicletes que já cuspi para o chão, os papeis que já deitei para o passeio, que vai recuperar a água que já desperdicei enquanto lavava aos dentes. Mas ainda assim me confesso, porque, convenhamos, que atire a primeira pedra quem já não pediu sacos de plástico no supermercado.
No outro dia, mantive a mais acesa discussão com a minha própria consciência. O meu senso comum – raios os partam, as vezes que ele já me tramou – tratou de aparecer à hora errada, quando eu estava prestes a atirar ao chão o plástico do meu Bolicao.
«Hum… Muito bonito…»
«Eu não diria bonito, tenho a minha piada, mas escusas de te atirar a mim porque eu não estou interessado…»
«Deixa de ser parvo!»
«Eu, deixar de ser parvo? Alguma vez pediste ao Cavaco para deixar de ser feio? Há coisas que não mudam, amigo.»
«Estou a referir-me à embalagem do Bolicao. Vais atirá-la ao chão?»
«Não me chateies. Está longe o caixote do lixo!»
«Faz um esforço…»
«Olha, vai lá tu levá-la. Aproveitas a ficas por lá, para ver se te reciclam as ideias»
«Olha que vais por uma orelha!»
«Está bem…»
A minha consciência consegue ser muito persuasiva, eu falo por conhecimento de causa. Cada vez que levo os dentes e deixo a torneira aberta enquanto os escovo, parece que a ouço tossir, viro-me, está ela de braços cruzados, a bater o pé, à espera que eu lá feche a torneira para ela poder ir embora e eu ter alguma privacidade, ou não se passasse toda esta cena num quarto de banho.
Imagino que todas as consciências de todas as pessoas do mundo tenham reuniões mensais – presididas pela Mãe Natureza - para terem novos valores incutidos, fazerem o balanço dos pecados cometidos pelos seus donos, terem workshops de poder de persuasão. Também das reuniões fazem parte o Buraco do Ozono – que é tão grande que tem de ficar do lado de fora da porta – e representantes de animais em vias de extinção – o panda é muitas vezes o escolhido.
Diz a minha consciência o seu depoimento: “Ai, aquele Diogo… Eu já lhe disse para começar a fazer a reciclagem… Parece que é surdo!”
Sim, batam-me. Não faço a reciclagem. Mas façam o que eu digo, e não façam o que faço. Até porque é bem provável que eu comece a reciclar assim que os irritantes miúdos do EcoPonto deixem de passar na televisão. Antes disso, acho difícil. Só me apetece é atirar o lixo à cara deles.
Bem… Podemos sempre ir viver para a lua, não é?



Diogo Hoffbauer

domingo, 13 de abril de 2008

O curto-circuito dos slogans JÁ!

Ia eu sossegada a caminho do ginásio, com as minhas companheiras das horas de suor (e tudo o mais.. :D ), quando passa um esgaziado (perdoem-me o termo, mas acho que é o que melhor o descreve) a pedir dinheiro para apanhar o metro, JÁ!
Não fosse o facto de estarmos as três sozinhas nas traseiras de um prédio, eu tinha-me literalmente 'escancarado' a rir. Em vez disso, continuamos a andar e ri-me mais à frente no caminho.
Tudo porque me lembrei, na altura, da insubordinada aluna do Carolina Michaelis, que queria o telemóvel JÁ! Ora bem, eu acho que o vídeo deve ter funcionado como publicidade, porque o slogan já pegou e está irritantemente na moda, quase como o 'PORQUE NO TE CALLAS?' do rei Juan Carlos.
É verdade: estas 'catchy phrases' são totalmente irritantes. Isto porque mesmo quem não fica viciado nelas à partida, acaba por ficar de tanto ver os outros repeti-las. Bem me lembro das vozinhas irritantes 'Há coisas fantásticas, não há?' , ou até mesmo um simples 'Até Já!' com um tom de voz que remete sarcasticamente para a empresa de telecomunicações.
Eu confesso que até acho piada. Mas isso sou eu que para não me irritar, começo por achar piada a tudo. Depois cansa. E quando me canso fico com ar lunático. Not good.
Até tremo só de pensar na influência que isto poderá ter nas gerações mais jovens. Qualquer dia, nesse dia longínquo em que provavelmente eu terei uma cria de trazer bem perto, os diálogos de 'infantário' serão terrivelmente assustadores:

- Oh não, acabou Brise-toque e fresh casa de banho! - diz o menino número um.
- Não te preocupes, com evax sentes-te limpa, sentes-te bem!- diz a menina número dois.
- Não, não... com UZO é descomplicado! - diz o menino número três.
- Nada disso! com OPTIMUS segues o que sentes! - diz, já irritado o menino número um.
- O quê?! Tens noção do que estás a dizer? Já comeste fruta hoje? - diz com ar superior, a menina número dois.
- Não, porquê? - responde o menino número um, com ar de desafio.

Entretanto começa a briga, e corre o menino número dois a explicar à educadora.
- O que se passa? - pergunta ela.
- E puf, fez-se o chocapic! - explica o menino número dois.


- Porque no te callas? - perguntam-me vocês.

[Vou só explicar que apenas numerei as crianças para dar um ar sinistro á coisa.]
Já acabei.


>>> Mariana Silva

sexta-feira, 4 de abril de 2008

devaneio musical.. (já lhes perdi a conta...! )

Quando a inspiração nos falha, há que tentar encontrar nas palavras dos outros o reflexo das palavras que não nos saem.


Sendo já o meu vício musical sobejamente conhecido, deixo aqui (MAIS?) uma musiquinha...

Doce, calminha.. Apaixonante.







[KATE NASH - Nicest Thing ]

All I know is that you're so nice,
You're the nicest thing I've seen.
I wish that we could give it a go,
See if we could be something.

I wish I was your favourite girl,
I wish you thought I was the reason you are in the world.
I wish my smile was your favourite kind of smile,
I wish the way that I dressed was your favourite kind of style.

I wish you couldn't figure me out,
But you always wanna know what I was about.
I wish you'd hold my hand when I was upset,
I wish you'd never forget the look on my face when we first met.

I wish you had a favourite beauty spot that you loved secretly,
'Cos it was on a hidden bit that nobody else could see.
Basically, I wish that you loved me,
I wish that you needed me,
I wish that you knew when I said two sugars, actually I meant three.

I wish that without me your heart would break,
I wish that without me you'd be spending the rest of your nights awake.
I wish that without me you couldn't eat,
I wish I was the last thing on your mind before you went to sleep.

All i know is that you're the nicest thing I've ever seen;
I wish that we could see if we could be something...
I wish that we could see if we could be something...



>>> Mariana Silva

terça-feira, 1 de abril de 2008

Depuralina


Parece que, afinal, a Depuralina faz mal.
Para averiguar à reacção do público a esta notícia, acabei por dar a um fórum online que me permitiu chegar a muitas conclusões.
Por exemplo, uma prestigiada senhora, elevadamente qualificada para tratar do assunto, que dá pelo nome de "nokinhax" e tem como imagem de apresentação um urso, diz o seguinte:

«a minha mae toma á 3 meses e tem-lhe feito mt bem pois ela faz retençao d likidos e isso ajuda mt...
mas eu ao ver a noticia fikei assutada pk eu tinha tomado uma vez kd pouco depois comecei com diarreia (15dias) e depois fikei com os vermelhoes e empulada...fikei a pensar "será k foi disso?"...»


Hum...será? É capaz de ter sido um iogurte que lhe caiu mal. Seja como for, dá para destacar deste excerto, além do fantástico português, como a rapariga toma ervas da mãe, tem diarreia durante quinze dias, começa a ficar com vermelhões e repara que está empolada e ocorre-lhe a inimaginável conclusão de que, às tantas, será das ervas. Já diria o do cachimbo: «Elementar, meu caro Watson...»
Outra senhora, também ela claramente dentro do assunto, que se intitula «PATeLI»
diz o seguinte:

«eu por acaso não tomo,mas se tivesse a tomar não deixava.há pessoas que tomam há muito tempo e não têm queixas.as pessoas são diferentes.»
Bonito. Mas não mais bonito do que a conclusão:

«é o que eu acho.não estou contra nem a favor de ninguém.só acho que devemos ter a nossa própria opinião.»

É uma pacifista. Às tantas andou a fumar as ervas em fez de as tomar.
A páginas tantas, surge no fórum a voz da razão. Uma tal de "CmdfC" - que deve a sigla de "Consumi Muito, Depois Fiz Cócó" - afirma veemente:

«Sim, é verdade que esse produto vai ser retirado do mercado,
não é nenhuma mentirinha do 1º de Abril. Já ouvi na rádio hoje de manhã.»


Pronto. Se ouviu na rádio, é verdade. E ninguém se atreva a desmentir!
Amiga... se o que desse na rádio fosse verdade o Mourinho estava a treinar o Benfica.
Depois, uma "Geraldina", um pouco atrasada, chama a atenção com um titulo alarmante "Cuidado Meninas!". Eu cheguei a temer o pior. Mas não, dizia apenas:

«Sempre ouvi muito falar deste produto...
Hoje deparei-me com a notícia que foi suspensa a venda de Depuralina devido aos problemas registados em pessoas que utilizaram este produto...
Espero ter ajudado»


Ajudaste, "Geraldina", ajudaste. Adiante.
Mas pena, pena, tenho de uma tal de "pipokinha" . Diz a coitada assim, dirigindo-se a outra participante no fórum, uma "Aninha Rochinha":

"alguém sabe o que se pode tomar para cortar esta ansia de comer doces ando numa fase parece que ando tola"

Um testemunho impressionante de um "pipokinha" desesperada. Se alguma alma caridosa quiser ajudar esta jovem, deposite o seu contributo na Conta nº 444444 ou mande um mail para nao_consigo_cagar@depuralina.com. Ajude-nos a salvar a "pipokinha"...
Seria de pensar que esta exposição pública de problemas de várias ordens, desde as intestinais às conjugais, fosse partir um pouco o fórum, afastar as pessoas. Mas não! Pelo contrário, parece que as atrai. Diz a "Carla Miranda":

«Vamos aderir ao jantar no norte?

É uma óptima oportunidade para nos conhecermos pessoalmente e trocarmos ideias e confidências...»


Já não bastava falarem de cócó na net, ainda o querem fazer à mesa...

Aqui fica o link para quem estiver interessado em participar neste prestigiado debate: http://onossocasamento.pt/forum/25022

Se alguém participar, mande beijinhos meus e as melhoras à "pipokinha".



Diogo Hoffbauer