quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mendigar

Incrível esta história da chuva. Toda-poderosa, rearranja vidas e reformula horários de forma imperiosa. Obriga-nos a correr molhados pelo nosso percurso, encharcados de desculpas forçadas. Purifica-nos a alma com as suas lacrimejais gotículas, lava-nos o corpo das impurezas causadas pela falta de moral e de condição que acaba sempre por ser o rigor pontual, ou a falta dele.
Abrigo-me desta tirana realidade no toldo do teu abraço. Sinto o aquecimento do bater do teu coração, no sangue que te adoro ver a correr nas veias quentes, as labaredes que infundem do teu olhar vivo e flutuante. Refugio-me na passadeira das tuas mãos, mendigo eterno das ruas da tua circustância. Deambulo pelas passeiras que traças com os teus passos, aqueci as gélidas mãos no forno da tua alma, e deitei-me. Aninhei-me no cobertor da tua pele. Recostei-me na almofada da tua língua aconchegadora.
Reconfortei-me em ti e adormeci, ao som da chuva e do sussurar de um beijo teu.

3 comentários:

Anónimo disse...

Adormeces-te, e um segundo depois...acordas-te.

Rita M.

Anónimo disse...

"DEAMBULO pelas passADEiras que traças com os teus passos, aqueCI as gélidas mãos..."

E que tal fazer um rascunho antes?... :)))
Assim se deixa cair na valeta e deixar ir na corrente da água da chuva o que poderia ter sido um excelente texto. Desculpa, Di, mas como teu fã desde a primeira hora, ou melhor, desde o texto do "Menino Guloso", sinto-me no direito de assumir também um papel crítico. :))

Anónimo disse...

Diogo, assina os textos.

~~>MafaldaRego