terça-feira, 6 de novembro de 2007

Jesualdo, tira a camisola!

Hoje no jogo do Porto, além de me ter exaltado com os dois golaços com pronúncias árabe e espanhola, e de ter gelado com aquele que soou a francês, reparei num pormenor bastante interessante que é a reacção das pessoas ao facto de que estão a ser filmadas.
Há vários tipos de pessoas neste campo. Em primeiro lugar, queria destacar precisamente aquelas que não dão conta de que têm objectivas a focá-las. Continuam a fumar, a falar, a coçarem-se. E neste caso queria fazer uma observação: cuidado! Eu reparei que nem sempre estou com atenção, quando vou ao Dragão, ao ecrã gigante, onde aparecem as pessoas que são filmadas. Eu sei que me sento sempre na bancada superior, que as câmaras não focam, mas supunhamos que acontece que alguma camera-woman, encantada comigo e com os meus ossos salientes, me foca. Eu tenho portanto que estar atento a essa possibilidade, não vá eu ser apanhado a fazer algo que não será propriamente para ser visto por milhões de pessoas. Não que eu o costume fazer, não costume, mas suponhamos que me apetecia, por acaso, nesse momento. É sempre algo chato.
A ida ao estádio é, portanto, um Big Brother em ponto grande. É um Gigantic Brother. Com a única diferença de que não há expulsões. Quer dizer, há. Mas só para os vinte e dois macacos lá em baixo. E também não há prémio no fim do jogo. Quer dizer, há. Mas só para os vinte e dois macacos lá em baixo. Para os restantes milhares, é a gastar nos bilhetes. Ou no meu caso, ir enfardar-me no McDonalds para ganhar bilhetes e ir à bola com o meu amigo Fábio.
O segundo tipo de pessoas que são filmadas são aquelas que cumprimentam a câmara. São pessoas bem formadas, bem educadas, polite people. Normalmente são mulheres que o fazem, curiosamente. Ou são mulheres bonitas acompanhadas de uma amiga feia que agarram a feia pelos cabelos e obrigam-na a mostrar o reluzente aparelho para todo o mundo com um alegre "olá"; ou é uma mulher feia acompanhada do marido que está ali para ver a bola e já não lhe bastava a maçada de ter uma esposa feia como também é obrigado por ela a mostrar ao mundo que não tem dentes.
Depois há uma terceira categoria: aqueles que levam cartazes e nem sequer estão a ver o jogo. Estão sempre a olhar para o ecrã à espera de aparecerem para poderem elevar o ser cartaz. Mas quando o vão a fazer, já a câmara baixou e eles já perderam a oportunidade. Talvez devessem tentar ir ao wrestling, aí é que elevam cartazes até não se sentir os braços. Contudo, há alguns cartazes que se conseguem vislumbrar: há aqueles que são do género "fulano de tal, dá-me a tua camisola", que me fazem duvidar da masculinidade daqueles que vão ao futebol. Vão para ver a bola ou vão para ver os jogadores? É que, de facto, a rapaziada quer é ver os suadíssimos vinte e dois macacos lá de baixo de tronco nu. Inclusivamente, houve uma que me intrigou: "Raúl Meireles, dá-me a tua camisola!". Meireles? Aquele magricelas? Era a mesma coisa que me dizerem: "Diogo, faz um strip!".
Resumindo: sempre que forem à bola, tenham um olho na bola, outro no ecrã e se precisarem de mais olhos para micar o pacote de pipocas, arranjem-se. Não podem é deixar o ecrã descompensado.

Diogo Hoffbauer

2 comentários:

Anónimo disse...

O Diogo deve ser como o Fernando!
Deve ter varios heteronimos...ora numa noite escreve sobre o amor e paixao, ora outra fala de futebol...isto enquanto nao voltar ao humor negro...

De negro, ou melhor, de luto, está o Marselha!
Pimba!


Rita M.

Anónimo disse...

Agora que li com atençao...

O QUE????

O RAUL MEIRELES É LINDO!!!
Dos melhores ali dentro!!!e a camisola dele nao é certamente a única coisa que se pode querer do rapaz!!!!

Rita M.