domingo, 28 de outubro de 2007

Devaneio Musical

Como boa Batata que sou, ou pelo menos tento ser, tenho os meus devaneios acerca das mais pequenas coisas, pois são as mais minúsculas que interferem nas nossas vivências... Por isso, venho confessar-me adepta de ouvir música, muita música, e quem me conhece sabe que o MP3, a moda da nova geração, não me sai do bolso ou dos ouvidos. Por isso hoje revolvi falar-vos de música, sem querer parecer que vos impinjo os meus 'pobres' gostos musicais, no sentido em que são só meus e que essa 'pobre' exclusividade me deixa feliz :).
Para muitos, a música serve de escapatória da realidade, das banalidades rotineiras, no sentido em que nos tele-transporta para um novo mundo sonhado, cenário da vivência musical que então ouvimos. Para outros, a música é ritmo, é movimento, é vibração de um outro pulso dentro do nosso, que faz correr o sangue com uma nova energia... E há ainda aqueles que sentem a música como perfeito equilibrio de tudo o que existe, desde o ritmo á mensagem, ao sentimento, á vida.
Eiiii que exagero, Batata! Pois, até pode ser, mas a verdade é que eu não conheço ninguém que não ouça nenhum tipo de música e que não tenha uma única vez arriscado trautear uma qualquer cantiguinha, quiçá para mal de muitos ouvintes... :)

Por isso, acho que todos concordamos ao dizer que a música faz parte de nós.

Agora deixo-vos com uma pequena parte de mim (Sim, esta treta toda foi só pa ter uma desculpa pa pôr aqui uma musiquinha...!), uma música revelação de uma menina-british de apenas vinte aninhos, que se dá pelo nome de Kate Nash e cujo primeiro album, 'Made of Bricks' se revelou um pequeno grande achado. A sua música, politicamente incorrecta, com letras despreocupadamente sinceras e nada pretensiosas, revela ritmos frescos nas tabelas mundiais. Comparada a Lilly Allen (que sinceramente muito lhe fica atrás...), esta jovem já começou a angariar fãs e , espero, ainda dará muito que falar - e que ouvir...






Mariana Silva

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Gata em telhado de vidro?

Li hoje, na revista Selecções do Reader's Digest (até parece culto, vá lá...)do próximo mês, uma entrevista aos quatro membros dos Gato Fedorento, o grupo que foi buscar o nome a uma música intitulada 'Smelly Cat', cantada desafinadamente pela personagem pseudo-cantora Phoebe Buffay, da mítica série norte-americana 'FRIENDS'. Foi também este o grupo que conseguiu a proeza de começar a escrever textos humorísticos para Herman Jósé, para depois o ultrapassar em audiências e popularidade. E também o grupo que se iniciou num canal da tv cabo, com orçamento mais baixo do que o meu para almoçar diariamente, e que encabeça agora o horário nobre da estação pública, arrancando audiências aos domingos à noite.
Mas nãos se iludam: eles não agradam a toda a gente. Muitas são as pessoas que não apreciam o seu humor 'inteligente' , alegando que patetices não são humor, e muito menos uma crítica social. No entanto, há fãs assumidos que veneram as suas 'patetices', o seu programa de tv, também ele pateta, os seus patetas anúncios à PT comunicações que, desconfio, fizeram com que a PT perdesse clientes por falta de credibilidade...!
Mas eu não venho aqui em defesa dos Gatos, porque penso que gostar ou não deles é como assumir uma orientação sexual: inegável e imutável. Quero antes salientar um ponto interessante do seu sucesso: Ricardo Araújo Pereira, Zé Diogo Quintela, Tiago Dores e Miguel Góis iniciaram a sua 'carreira humorística' (que conta já com quatro anos) com um BLOG.



Como a bela entrevista ressalta, eles consideram-se apenas "uns gajos que são amigos, normais, juntam-se numa casa, jogam e depois inventam umas merdas" - e antes de mais, que fique bem esclarecido que a utilização da palavra começada por M não é uma constante do grupo (pelo menos não nos seus skecthes...). Ora eu acho isto fantástico! Quem me dera a mim poder ter, com quatro anos de 'carreira', o reconhecimento, e não esqueçamos o pilim, que estes felinos possuem!
Ora o primeiro passo está dado: o BLOG, O DEVANEIO DA BATATA!
A porca torce o rabo no seguinte: seguindo à risca a autodefinição do grupo, a fama está fora de questão para a minha pessoa. Primeiro porque não sou um 'gajo' como eles. Segundo, porque não me considero no topo da normalidade. E terceiro porque não é meu hábito 'jogar' seja ao que for. Assim sendo, existem apenas dois únicos pontos em comum entre a minha pessoa e os Gatos (o que se revela uma minoria desencorajante): junto-me por vezes com os meus amigos numa casa - de preferência não a minha...! - e inventamos umas... hmmmm...! (O que me leva a confidenciar-vos que foi precisamente no espírito pateta de uma conversa online com um grande amigo que surgiu o convite e a ideia para este blog...)

Ora falta afirmar uma coisa, pequeninaaa diferença, que penso que não terá sequer passado pela cabeça de nenhum dos leitores (!!) : eu não consigo, pelas falhas acima assinaladas, vamos crer que sim!, ter a piada ou a patetice, como lhe quiserem chamar, destes moçoilos.

No entanto, e que fique aqui bem claro, ainda não desisti, nem pretendo.
Na segunda feira têm-m à perna na escola, a apregoar desalmadamente pelos corredores: "OlhÓ KUNAMI FRESQUINHOO! " a ver se esta coisa se inverte e se consigo a faculdade paga...


Mariana Silva

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

fala youtube...!

> Coisas que se fazem em busca de fama?
> Coisas que se fazem para passar um bom bocado (!!!) ?
> Coisas que se fazem na inocência de não se saber para quem/onde se fazem?

Este vídeo fez sucesso no Brasil e também no restante planeta, incluindo o nosso Portugal... Muitas foram as pessoas que já viram a famosa (?) Sónia a tentar dizer 'www.youtube.com.br'
Será que ela conseguiu??! Ou será que é exactamente por não ter conseguido que este vídeo é um sucesso?

Assistam também e comentem a celebridade do vídeo youtubiano (bem como a fraqueza humana de nos rirmos do nosso - por vezes tao diferente - semelhante)...

>Mariana Silva



quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Bom dia! Então o nosso Porto...

Profissão ingrata a de distribuidor de jornais no metro.
Até ver a sua cara de sono logo de manhã, enquanto tenta ser sorridente com um "Bom dia" disfarçadamente alegre, acho que tenho umas olheiras até aos pés. Depois de ver as dele, sobe-me o ego e começo a andar a olhar para a frente.
Sinto pena deste pobre coitado. Qual ardina do novo século, tenta acompanhar a rotineira pressa muitas vezes injustificada de centenas de pessoas que por lá passam, com rápidos movimentos de pulso e a metralhar "Bom Dia" em esforço.
De boné enterrado na cabeça, de um cor de laranja berrante, para chamar a atenção de algo que por si só já chama, que é alguém louco por cumprimentar educadamente as pessoas e tentar fazê-las vítimas do jornalismo gratuito só para ganhar umas coroas.
Aceito educadamente o "Metro" que ele me estende. Sopra o habitual "Bom dia" das quotidianas manhãs, com um olho em mim e outro já na mulher gorda que tenta desesperadamente correr para apanhar o transporte, mas que vai ser interceptada não tarda nada por este predador atento que é o homem dos jornais.
Às vezes penso seriamente em ficar na conversa com ele, fazer-lhe a companhia que ele merece, mandando assim ambos à fava os nossos deveres, os meus estudantis, os dele já mais profissionais, mas ainda assim prefeitamente dignos de serem de quando em vez abandonados. Poderíamos falar de qualquer coisa, porque o homem que distribui os jornais gratuitos deverá ficar com algum para ele para ler quando tiver tempo, mantendo-se assim informado das incidências internacionais.
Ele tem ar de quem gosta de futebol, será certamente portista: poderíamos discutir tácticas, opções técnicas, resultados, futebolistas em ascensão, treinadores que se deviam dedicar à pesca, foras-de-jogo mal assinalados e penalties por assinalar. Poderíamos especular em conjunto acerca do que terá acontecido à menina inglesa, eu a culpar os pais, ele a criticar a atitude redentora do governo português face à superioridade do inglês. Podiamos discutir política, alterar reformas especulativas, chamar nomes aos ministros, questionar palavras, criticar gestos, aplaudir atitudes. Podiamos falar de televisão, calar a Júlia Pinheiro com a fita-cola da opinião pública, enxovalhar novelas, comentar séries. Podiamos falar de tudo e mais alguma coisa.
Mas não falamos.
Ele estende-me o jornal, diz "Bom dia", coça a orelha com uma mão e com a outra já está a interceptar outro apressado peão.
Eu aceito,agradeço, leio a primeira página, valido, vejo as horas e penso na rapariga que me preenche os dias.

Diogo Hoffbauer

A disFUNÇÃO PÚBLICA

Riscadas. Sujas. Inabitáveis.
A empregada da limpeza foi chamada, pois achou-se por bem alertá-la de que não tinha sido a turma em questão a sujar a sala previamente imunda.
A empregada veio, sorridente, e desatou a lançar postas de pescada, do alto da sua baixa estatura e pose, como quem possui a razão do mundo na barriga anafada de comum mortal. «Ai filha, isso agora eu quando me der vontade limpo, talvez lá para o Natal...». As bocas abriram-se num unissono silencioso de espanto e incapacidade de raciocinio. Natal??? «Sim, sim, ou até para a Páscoa... O Patrão paga o mesmo, não é doutora?» - esbracejava a funcionária, espalhando um riso bêbedo nas bochechas carrancudas, cotucando a professora, também ela incrédula, como os restantes alunos, sem saber como reagir.

O pior de tudo, e dirão vocês que não é de surpreender, é que o dito «Patrão» é o nosso querido (ini)amigo Estado Português, que por não saber ou fingir que não sabe - estas politiquices são uma encruzilhada... - continua a permitir que os seus funcionários, funcionários públicos, prestem uma não-prestação de serviços, mantendo-lhes a fama de «Parasitas do Sistema».
E são-no de facto, organizando-se na sua desorganização, cada um por si. É vê-los nas Finanças a dormitar rabugentos, matando os cidadãos com o interminavel tempo de espera pior que os intervalos da TVI, e despachando-os assim que atingem o balcão, como encomendas para Timbuktu... Ou é vê-los também no Centro de Saúde, a fazer malha ou tricô, ou a ler jornais desportivos como se de uma Bíblia se tratasse, por detrás do balcão de Atendimento, balbuciando respostas que ninguém entende, e comentando a vida de outros que nem eles próprios entendem...

O problema maior é que toda esta benevolência e privilégio seria como manteiga em biju quente para todos os outros trabalhadores do sector privado. E agora dizem vocês: isso nunca aconteceria! Pois esperemos bem que não...
Havia de ser bonito, uma pessoa na fila do Continente e a menina da caixa, lima na mão direita a limar a esquerda, frasquinho de verniz aberto na pontinha do balcão, chiclet a rebolar entre os dentinhos, balbuciando um «registo quando me der vontade», deixando incrédulos todos os clientes da gigantesca fila já formada. E entao aí, mais uma vez sem nada fazer para o contrariar, uma qualquer voz acabaria por concluir, abanando a cabeça, num tique já centenário para qualquer país como o nosso Portugal, com alma grande e braços curtos: onde este país chegou!



Mariana Silva

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Esquecimento

http://www.janelar.blogspot.com/ - o blog do Afonso, actualmente já com um ano, e que tem feito grande sucesso, parece que até no Brasil! ;)

Afonso

Achei por bem fazer hoje uma referência especial a Afonso Reis Cabral, colega de turma das duas batatas que postam neste espaço.
Eu sempre aperciei bastante o Afonso - não ao nível físico, isso está reservado para os elementos do sexo feminino que já o consideram como tendo "o rabo mais jeitoso da turma" - pela sua erudição, interesse e conhecimento cultural, inteligência, atitude e genuinidade de carácter.
Porque o Afonso tem um perfil muito peculiar, principalmente vendo o Bilhete de Identidade: 17 anos feitos este ano, camisa, sapato, sempre de livro numa mão, DN ou "Público" na outra. Este Afonso que quer esquemas nas aulas, de mentalidade cívica e política mais que formada e que acorda às 6 da manhã para ler e se actulizar na blogosfera é o mesmo Afonso que se trancou na sala no 10º ano e quase teve uma participação disciplinar, é o mesmo Afonso que se sabe movimentar com duas cadeiras, uma com o rabo e outra com os pés, é o mesmo Afonso que se deixa cair ao chão e se segura com as mãos quando o nariz está quase a esbarrar com o solo, é o mesmo Afonso que, atordoado por 20 voltas à volta de um pau, embate contra um portão de ferro, é o mesmo Afonso que - com ameaça prévia, diga-se - apalpou uma colega em Educação Física.
Atenção! Não quero com estas últimas constatações denegrir a sua imagem! Pelo contrário: este contraste ainda faz do Afonso uma pessoa mais interessante.
Tem sempre uma opinião formada acerca de tudo e não cede um mílimetro nas suas crenças, naquele que é provavelmente o seu principal defeito: a temosia levada ao extremo. Mas esta teimosia é por si uma faca de dois gumes: um defeito pela mente demasiado fechada - e a partir de mentes fechadas nada se criou - uma virtude pela atitude de crença e príncipios.
Desde já um grande obrigado ao Afonso pelo grande favor que nos está a fazer, ao apoiar-nos na fase inicial deste blog recém-nascido, com conselhos, suporte publicitário e moral.

Obrigado, Afonso! Aposto que no futuro tu deixarás de ser conhecido pelo trisneto do Eça para o Eça passar a ser conhecido como o trisavô de Afonso Reis Cabral, o jovem poeta que aos 15 anos já tinha um livro publicado!

Abraço!

Diogo Hoffbauer

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O fenómeno 'Bitchney'




Ela voltou.

Voltou e, dizem, voltou em força. Solta um nada sensual 'gimme more', quiçá esperançosa de que seja esse o nosso pedido, enquanto se balança num poste rançoso de stripper malfadada, exibindo o que não tem de bom e tudo o que tem de mau.
Sim é ela, a Brit, a Britney Spears, ou como ela faz questão de dizer no inicio da sua 'canção' (???) "It's Britney, bitch!".
Nao sei o que passará na cabeça da moçoila. Não me cabe a mim comentar a vida que ela tem levado, mas posso simplesmente dizer que 'aquilo' não é vida. Não sei quem a anda a aconselhar, mas 'Bitchney' , se quiseres, pelo terço do que lhe(s) pagas, eu estou aqui por ti! - e se eu não fosse demasiado nova para ter entrado no mercado de trabalho há uns anitos trás, quem sabe se ainda agora não estarias com o Justin?!


Desde que resolveu ser 'bad girl' e deixar para trás a figura de menina mimada com que iniciou a carreira, Britney até já beijou Madonna numa actuação dos prémios MTV.
Trata-se simplesmente de saber fazer opções, e a rapariga está claramente perdida. Um mau casamento toda a gente pode fazer, mas ela bateu o record e além de ter conseguido anular o primeiro, que ocorreu em Las Vegas e teve a relampaga duração de dois dias, voltou a casar com um bailarino que lhe roeu a fortuna até ao tutano e ainda por cima põe videos da pobrezinha em tristes figuras íntimas no Youtube. Pois bem, dessa segunda sagrada união nasceram duas pobres crianças, que viram a mãe deixá-las cair ao chão, rapar o cabelo, entrar e sair de clinicas de reabilitação e, mais recentemente, viram-na ir-se embora já que o 'papá' ganhou a sua custódia - caso para dizer, venha o diabo e escolha!

No meio desta vida atribulada - que eu não almejo sequer comentar... - a Britney, que apesar destas andanças todas conta apenas com vinte e cinco aninhos, pensou (pensou?) que era altura de voltar ás luzes da ribalta abandonada há dois anos, quando decidiu formar a sua família feliz. A abertura dos prémios MTV VMA ficou a seu cargo, e o fiasco da noite também. Dizem que até lacrimejou, a rapariga, quando todas as páginas de jornais a aclamavam como pior actuação de sempre numa cerimónia MTV. Mas certo é que o seu single já está a tocar por aí, o seu videoclip ja passa na MTV e afins, e o seu novo CD, intitulado 'Blackout' está para chegar - esperemos que não aos tops... Jay Leno já brincou, afirmando que o título do album (=falha de memória) remete para o facto de Britney não se lembrar sequer de o ter gravado!
A princesa do Pop não deixa ninguém indiferente: no fundo, a rapariga até se quer mostrar letrada, e de há uns anos para cá está simplesmente a seguir a filosofia de Oscar Wilde: nao importa se falam bem ou mal, mas falem de mim.

Acho que já podes parar com as insinuações, 'Bitchney', ja todos percebemos o teu apelo...



Mariana Silva



O aparelho dos morangos

Hoje tive a infeliz disponibilidade para ver os novos "Morangos com Açúcar".
Estão cada vez mais amargos.
A primeira sensação que dá é que realmente os actor são absolutamente aberrantes, assassinam a arte da representação como eu assassino a língua ao dizer "aberrantes". Bem, isso não é novidade na série. Salvo raras excepções, os actores sempre foram uma grande bosta. Mas uma pessoa sempre podia pensar "Bem, são piores que o Nicolau Breyner - muito díficil de conseguir - mas são bonitos". Ora, estes morangos não são bonitos. A minha opinião puramente masculina permite-me analizar fisicamente as raparigas da série, e posso garantir-vos que não têm um pingo de beleza ou sensualidade. Pelo contrário: têm sinais em sítios estranhos, não sabem falar e um rapaz lá usa inclusivamente aparelho.
Eu há uns dias li uma coisa que me deixou de facto curioso por ver a série: um dos actores incendiou a escola, na vida real. Isto é integralmente verdade. E é um actor que faz de cego na série, é gozado pelo gajo que usa aparelho, que é irmão da que tem um sinal feio na cara, e ajudado por uma rapariga que nem é das mais feias. Ele pode não ver na série, mas podia-lhe ter cheirado a queimado. O miúdo tem 12 anos, incendiou a escola e participa nos "morangos". Vai acabar como stripper desempregado e gordo, solteiro e sem dinheiro para ir ao psiquiatra devido aos problemas piromaníacos.
A pior actriz das que eu pude observar é curiosamente aquela que mais se destaca também em termos de fealdade, uma mulata, estranhíssima, que mal sabe pronunciar as palavras e tem uma boca muito esquisita. Não tão esquisita como a boca do outro que não passa nos aeroportos por causa daquele metal todo, parece o caminho de ferro para quem está a chegar a Campanhã.
Uma coisa que me aborreceu bastante foi o facto de metade do tempo estarem mesmo a explicar matéria escolar! Um gajo chega a casa, liga a TV e está uma professora com cara de parva a falar de matemática e assusta-se! O que era suposto tornar a série mais didáctica é apenas para afastar as audiências, se é para ver aquilo toca a mudar para o wrestling, para a Sic Notícias ou para o Canal História.
Ponham o Dr. House em horário nobre....

Diogo Hoffbauer

domingo, 21 de outubro de 2007

o primeiro devaneio sério da batata

Selou-se um beijo na escuridão da noite.

Nenhum outro habitante do mundo terrestre o conhecia, era secreto, vulto do amor, pois só os amantes sabiam – ainda sem conhecer – o que então sentiam.
E todos os sinos na cabeça, todas as estrelas em rotação, o coração a pular fora do peito, iria isso fazê-los amarem-se ainda mais?
O limite desconhecido chegava com o fôlego quebrado, e tudo era mais um segundo daquela sede saciada… Só mais um, mais um pouco, quem sabe quantos mais, por quanto tempo…?
Desgrudarem-se não era sequer pensável, quanto mais executável. Todo aquele momento de momentos da noite fazia deles fugitivos do mundo, refugiados naquele amor, sede de universo.

Queriam-se mais do que a si próprios, selando os lábios com doces pedidos, como quem sela uma carta de palavras frias, qual noite que acaba, devolvendo os amantes à cama fria da casa dos progenitores…
Queriam-se mais do que podiam compreender naquele momento só deles, naquela hora perdida no espaço temporal, naquele momento de ausência do próprio mundo.Queriam, com certeza, mais do que podiam ter, mais do que qualquer outro alguém quisera, mais do que queriam realmente…

Mariana Silva

PORQUÊ?

Todos temos direito aos nossos devaneios, sejam eles sobre a nossa condição mortal, sobre os glaciares que ao derreterem farão elevar o nível das águas, ou mesmo sobre a melga que nos importuna no cantinho do ouvido quando tentamos escrever o primeiro post no nosso blog...!
Assim sendo, devaneio está definido no dicionário como 'sonho, fantasia, capricho da imaginação', e é disso mesmo que se trata: aqui, vamos dar à batata a oportunidade de ser levada a sério (!) de exprimir o capricho da sua imaginação, de contar o que lhe vai na alma, o que a importuna, o que a diverte, o que ela adora e o que odeia.
Porque no fundo, todos temos uma batata dentro de nós.
E, antes dos palitos, do puré, do pacote matutano, é hora de dar poder de palavra às batatas!


Mariana Silva

Declaro-vos Batato e Batata

Não concordo nada com a expressão "Teoria da Batata" para definir uma tese mal sustentada ou sem sentido por falta de alicerces argumentativos. Isto porque uma batata, apesar das naturais limitações a que é submetida pela sua condição de tubérculo, também sabe pensar.
Recordo com saudade o tempo em que gargalhava ruidosamente quando o Sr. Cabeça de Batata do filme "Toy Story 2" dizia a mítica expressão, quando assediado por uma Barbie: "Sou uma batata casada...sou uma batata casada!". E eu ria-me como um idiota. Bons tempos...já lá vai quase uma semana. Era portanto uma batata consciente da sua situação conjugal com a feiosa Sra. Cabeça de Batata. Ora esta consciência prova apenas que as batatas, antes de serem fritas e incluidas num McQualquerCoisa, são seres mais pensantes e responsáveis que os humanos.
Porque quase que aposto que nunca ouviram falar numa batata infiel. As batatas são seres capazes de resistir ao assédio da mais sensual Barbie e calar o João Kléber num qualquer progama da TVI.
Pensem duas vezes antes de substimar as batatas e pensem duas vezes antes de voltarem a trair a vossa cara-metade, porque se esta vos descobre a careca, faz-vos os miolos em puré. Mas não de batata.

Diogo Hoffbauer