terça-feira, 6 de novembro de 2007

Antigamente...

Hoje lembrei-me de como era ser 'eu' há uns anos atrás. Olhei para mim e vi-me, antigamente, tanto quanto é possivel ser antigo na minha idade.

Lembro-me das preocupaçoes com a hora dos desenhos animados, do Dragon Ball ou da Sailormoon, irritando toda a gente cá de casa, com as minhas urgências infantis. Lembro-me de como não enfiava uma única colher de sopa à boca, como a minha mãe me perseguia paciente, pois era desumano deixar-me sem comer, e muito mais humano era esperar que eu desse uma volta de triciclo entre cada colherada!
Lembro-me do primeiro cd que me ofereceram, pois a minha música era sempre ouvida em cassetes, esse bicho extinto do qual apenas vemos fósseis hoje em dia, e de esse mesmo cd ser o primeiro cd da menina que originou um dos meus primeiros posts, Miss Bitchney Spears.
Lembro-me da primeira peça de teatro em que participei, nervosa, com um fato de joaninha simpática, no qual tinha apenas uma fala, em inglês, dizendo: 'I can't help you, I'm a Ladybug' da forma mais convinente que conseguia, visto estar a falar para um coelho que era mais pequeno do que eu...
As roupas coloridas e desconexadas dos anos 90, que ainda vivem nas fotos e das quais os meus 'filhos' (?) provavelmente se irão rir um dia, se já eu o faço. As dezenas de Barbies, com os seus milhares de acessórios, as suas casas e casotas, carros e carruagens de princesa, os seus maridos, amantes, filhos e animais de estimação... Os filmes da Disney, essa minha colecção escrupulosamente guardada num armário exclusivo, onde moravam os maiores clássicos dos desenhos animados. As histórias que o meu pai contava, a ver se eu adormecia, e eu a corrigi-lo, pobre pai!, a ensinar-lhe a história que eu queria ouvir..E ele, já derrotado, acabava por adormecer primeiro do que eu, entre as cotoveladas e evidentes 'Paaai!' que o atordoavam.
Lembro-me disto e de tanto mais, que um post não chega para dizer de tudo o que me lembro do antigo 'eu'. Mas sérá ele mesmo antigo? Ou serei eu, seremos nós, uma constante lagarta em metamorfose?
Borboleta? Ok, não me importo, se bem que sou mais a favor de joaninhas.. :)
No entanto sei, bem lá no fundo, que nunca abandonarei o casulo...


Mariana Silva

3 comentários:

Anónimo disse...

Este é capaz de ter sido um dos textos mais bonitos que li nestes ultimos tempos...

Quem me dera a mim voltar a este " Antigamente" para os braços do meu querido pai, e para os dias de brincadeiras, mimos, e amor...


Rita M.

Batata disse...

obrigada rita :)

o melhor d tudo é q o casulo existe sempre, e lá podemos refugiar-nos e viver recordando...


MarianaS.

Anónimo disse...

rottaaaaasss :):):)