quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Larga..!

Queria tanto saber porque olhas assim para mim, de alto abaixo, pousando os olhos nos seios, na barriga estéticamente aprazível, nas ancas firmes de uma anti-parideiras, nas coxas suaves de muitas horas de ginásio, e depois desces, suavemente, firme no olhar e gentil no toque, agarras-me e desprezas-me, fazes-me amar-te e largas-me na escuridão apaixonante. Quero-te, mas queria tanto saber, conhecer, tocar, sentir realmente esse lado de caçador furtivo que nunca desespera, seguro de que a presa acabará por se render.
Pois não me rendo, não cedo, ou pelo menos não pretendo render-me ou ceder, não quero, larga-me, larga esse olhar, pára, não suspendas no ar o desejo flutuante, não mais quero esta tensão entre nós, entre os dois corpos, larga-me.
Larga esse olhar, esse lábio que se morde sozinho, no compasso das gotas de suor imaculado, essas mãos que me agarram virtualmente, primeiro de rompante, agarrando-me no verdadeiro sentido da palavra, depois afrouxando o toque, suavemente, até me fazerem flutuar na tua posse; larga os musculos das pernas, os peitorais, o ritmo complacente do teu coraçao bailando no peito charmoso que me chama, clamando silenciosamente larga -te no mundo e perde-te para não mais voltares.
Larga tudo, larga-te tambem, que eu tratarei de me largar a mim, em caso de tu não cumprires com o que te peço. Larguemo-nos um do outro, e não mais um no outro.
Porque se a tua eternidade é mais efémera do que a própria concepção de tempo, então a minha efemeridade não será passada a teu lado. Larga-me.



>>> Mariana Silva

1 comentário:

Anónimo disse...

Nao largues a Batata!
^^

Rita M.