domingo, 6 de janeiro de 2008

Desterro


Tenho sono.
O meu eterno bocejo,
o meu eterno cansaço efémero,
tudo isto é teu se o levares,
se o puseres no dorso de uma ave e o levares daqui...

Abandona o eu de mim,
desterra-me deste corpo...
Ah este luar inspira-me
E a luz do sol arde-me nos olhos da alma.

Tu não entendeste as palavras...
A ti eu não disse palavras algumas.

E a todos os teus eus eu rogo
que se calem,
que abandonem o eu de mim,
que nos fundamos num só
e voemos no dorso de uma ave e nos levemos daqui.

Porque tenho tanto sono...
e o corpo da alma dói enquanto durmo...
E somos dois, três, qualquer,
menos um...
Somos nada,
nem palavras vagas...
Sejamos palavras, conceitos!

Apaixonados
Amantes
Loucos
Amigos - nunca.

Porque este sono adormece a ave soturna, salvadora,
e o eu regressa ao eterno casulo de cansaço efémero,
e não consigo desterrar-me de ti.



>> Mariana Silva

1 comentário:

Anónimo disse...

zero comentários?
nao podia ser...portanto aqui fica o 1º... amei :) tal como a maioria dos que escreves.pena q estejam quase todos na gaveta...

nc pares ;). . .

bjO