sábado, 25 de outubro de 2008

alma negra

O Diogo iniciou o seu vôo a solo, mas terá sempre este ninho à espera.
Porque um devaneio nao é devaneio sem duas partes da distintas da batata...

como já lá vai muito tempo, deixo aqui um poema :)
as vivencias universitárias ja começam a entranhar-se; há novas pessoas, novas situações, um novo mundo.
E para todos os que se trajam (e trajarão) de negro, aqui fica.

* * *



Engulo em seco.
nao sei o que fiz do tempo, tenho as mãos vazias.
no olhar encontro a verdade que as palavras camuflam - mas não deixo que escondam.

tenho os punhos cerrados. sinto crescer uma força que sei de onde vem
mas que, em conversa, nao me diz para onde vai.
(nem consigo olhá-la nos olhos para descobrir).

engulo em seco.
fico sem fala, sem raciocinio,
porque a alma ocupa todo o espaço,
usurpadora,
e choro, soluço, sem saber explicar a razão,
sentindo-a, ao extremo,
desta forma louca que o coração tem de interpretar
o que é racional.

quem me contou esta história foram as personagens;
fizeram-me desejar ser parte integrante do cenário,
sentir com sentimento de quem sente
isto que começo ja a sentir
não sabendo explicar o que sinto...
mas sei porquê.

sei a razão,
porque a experimento loucamente, desvairada,
e choro tão despida da vida com que aqui cheguei...
sou agora menos, mas sou tão mais
(e a jornada mal começou).
engulo em seco.
não sei o que fiz do tempo, tenho as mãos vazias.


[1 de Outubro de 2008]
DURA PRAXIS, SED PRAXIS

>> Mariana Silva

2 comentários:

ematejoca disse...

Minha querida Mariana, que alegria que nao abandones o devaneio. Já tinha saudades tuas.
Desejo-te muitas felicidades na Uni e até breve.

BC disse...

Há tanto tempo que não vinha aqui, e parece que vejo uma espécie de despedida.
Eu sou aquela que vim pelas mãos da Teresa ver os seus poemas.
Lembra-se?
Fique bem e continue, pois escreve muito bem.
Isabel